O Sítio de Interesse Comunitário Cabo Girão, estabelecido através da Resolução n.º 1225/2015 de 29 de dezembro (PTMAD0011), é composto por 84 hectares, abarcando os concelhos da Ribeira Brava e Câmara de Lobos. As formações vegetais e as zonas de nidificação e repouso da avifauna marinha presentes na arriba do Cabo Girão, passam a integrar a rede comunitária de áreas protegidas Rede Natura 2000, cujo finalidade é assegurar a conservação das espécies e habitats sob ameaça no espaço europeu1.

Ao abrigo da Diretiva Habitats, destaca-se a presença de vários habitats naturais do anexo B-I, nomeadamente, Falésias com flora endémica das costas Macaronésias, Matos termomediterrânicos pré-desérticos e Florestas de Olea e Ceratonia. Bem como, espécies da flora e da fauna descritas no anexo B-II, particularmente, as Maytenus umbellata, Monizia edulis, Musschia aurea, Andryala crithmifolia, Cheirolophus massonianus e Phagnalon bennettii (P. lowei).

A inacessibilidade de grande parte da arriba garantiu a preservação de valores ecológicos singulares, de elevada importância em matéria de conservação da natureza e da biodiversidade. Tal fato, proporcionou a nidificação de algumas espécies de avifauna marinha pelágica, tais como a cagarra (Calonectris borealis), o roque de castro (Oceanodroma castro) e o garajau comum (Sterna hirundo), espécies constantes do anexo I da Diretiva Aves2.

Em termos de avifauna, destaca-se ainda o patagarro (Puffinus puffinus), o andorinhão-do-mar (Apus pallidus brehmorum), a toutinegra (Sylvia atricapila heineken) o pintassilgo (Carduelis carduelis parva), o melro-preto (Turdus merula cabrerae), canário-da-terra (Serinus canaria canaria) que integram a Convenção de Berna – Convenção sobre a Vida Selvagem e os Habitats na Europa3.

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